Audi A6 Sportback e-tron: luxo tecnológico com preço à altura

Faz cinco anos que a Audi trouxe o SUV e-tron (agora renomeado com o Q8 e-tron) ao Brasil, iniciando sua jornada entre os carros elétricos. Houve tempo o suficiente para que uma nova geração de veículos fosse desenvolvida pela marca alemã, desta vez com uma plataforma dedicada. Após o lançamento do Q6 e-tron, agora quem desembarca no país é o A6 Sportback e-tron, o primeiro carro de tração traseira que a Audi vende no mercado brasileiro.

O A6 e-tron chega para fazer par com o Q6, como uma alternativa para quem prefere um sedã (no caso, um liftback) ao invés de um SUV. A Audi se apoiou em uma proposta mais esportiva para o novo A6, como um exemplo de que um carro elétrico pode ser entregar um desempenho empolgante.

Essa diferença de filosofia aparece até no preço. O Audi A6 e-tron será vendido em versão única, por R$ 649.990 e sem opcionais. É consideravelmente mais do que o Q6 e-tron, comercializado por R$ 599.990, custando R$ 50.000 a mais.

Os dois carros utilizam a mesma plataforma Premium Platform Electric, desenvolvida em conjunto com a Porsche (que utiliza a base no Macan EV). Sua criação tem uma justificativa bem simples, para que fosse uma arquitetura para carros mais largos que não seriam capazes de usar a plataforma MEB da Volkswagen.

Para criá-la, o Grupo Volkswagen reaproveitou 60% das peças da plataforma MLB Evo, usada pelo Q8 e-tron e outros modelos a combustão com Q6. Ajustes foram feitos para melhorar a arquitetura eletrônica, agora de 800V, permitindo recargas a até 270 kW.

Com um plataforma dedicada, a Audi trabalhou para aproveitá-la ao máximo. A carroceria foi desenhada para alcançar um coeficiente de arrasto aerodinâmico de 0,21 Cd, o que faz com que seja o carro mais aerodinâmico já feito pela empresa. Isto foi alcançado com diversas ideias, como as passagens de ar no para-choque e a substituição dos retrovisores laterais por câmeras.

Visualmente, o A6 se difere bastante do A5 Sedan, sua contraparte com motor a combustão. A Audi tem adotado um estilo mais próximo do gosto dos chineses, algo comprovado pelo fato do conceito ter sido mostrado no Salão de Xangai de 2021. Os faróis são o ponto que mais deixa isso claro, adotando o manjado esquema de luzes divididas, usando a iluminação diurna mais fina na parte superior e o conjunto principal logo abaixo.

A traseira também traz elementos bem comuns hoje em dia, com as lanternas inteligadas por uma barra horizontal. O A6 tem uma novidade, com iluminação para os quatro anéis na tampa do porta-malas.

Seu interior é igual ao do A5, inclusive com um mesmo problema. Embora a maior parte do acabamento seja de boa qualidade, é possível encontrar alguns plásticos mais simples em alguns lugares como a tampa do porta-luvas ou as laterais do console central. Não teria problema em um carro menor e mais barato, mas estamos falando de um A6, que está em um patamar elevado.

Esse tropeço no acabamento é compensado pelo pacote tecnológico. Começa pela enorme tela de 14,5” para a central multimídia, concentrando todos os botões. A Audi foi espera e dedicou a parte esquerda da tela para deixar algumas funções fixas, agilizando a operação. Logo atrás do volante está um display de 11,9” para o quadro de instrumentos, em sua versão mais atual, contando até com uma função que mostra os veículos ao redor.

Ao contrário do A5, o A6 e-tron veio com a terceira tela, esta posicionada em frente ao banco do passageiro, para que ele possa controlar o rádio, mexer na multimídia e até usar alguns aplicativos. Infelizmente, a unidade que dirigimos não tinha nenhum app instalado, então a tela era um tanto redundante.

A Audi deu um passo no uso de realidade aumentada com o Head-Up Display do A6. Além das funções normais, como mostrar a velocidade do carro, a tecnologia faz um pouco mais. Um exemplo é o aviso de distância do veículo à frente. Se estivermos muito próximos a uma velocidade muita alta, setas irão aparecer indicando a distância. O mesmo acontece quando o assistente de faixa está ativo, pintando os limites da pista de vermelho quando estamos perto de sair da faixa de rodagem.

O sedã elétrico marca o retorno dos retrovisores digitais, em uma nova geração. Assim como era no Q8 e-tron, as câmeras ocupam o lugar dos espelhos laterais, transmitindo a imagem para um espaço logo acima das maçanetas internas. Leva um tempo para se acostumar pela diferença na profundidade da imagem e, mesmo assim, algumas pessoas ainda podem preferir os espelhos tradicionais.

No primeiro contato, o sedã mostrou aproveitar bem os 367 cv e 57,6 kgfm. Mesmo que a força seja enviada somente para as rodas traseiras, consegue controlar a tração bem o suficiente para evitar que as rodas patinem, disparando o carro para frente. A Audi diz que leva 5,4 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h.

Equipado com uma bateria de 100 kWh, tem carga o suficiente para uma autonomia de 445 km, segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro. A fabricante afirma que uma carga de 10% a 80% leva 21 minutros, usando uma estação de recarga de 270 kw – boa sorte para achar uma no Brasil.

Se olharmos para o Audi A6 e-tron em comparação aos concorrentes próximos de suas tradicionais rivais, o preço nem é tão surreal assim. O BMW i5 pode até ter 601 cv, mas custa R$ 795.950; e a Mercedes-Benz vende o EQE por R$ 649.900, porém tem 245 cv e uma autonomia de 369 km. Acaba sendo interessante ao considerar as opções com o mesmo tamanho.

By Garagem Digital

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